segunda-feira, 19 de julho de 2010

segredos de liquidificador.

Talvez o mais complicado seja guardar tudo isso. Deveras acredito que ali reside a maior dor, naquele ponto em que se percebe que há muito para se dar, mas não há quem muito queira receber. E assim se vai, como um codinome beija-flor, disperdiçando o mel de flor em flor, dando sempre um pouco para cada, um pouco que já acham muito. Isso tudo talvez se deva ao fato das bocas se encontrarem demasiadamente amargas, desta forma qualquer doce lhes parece enjoativo, exagerado. Mas talvez seja ainda pior, o mel por ter ficado guardado acaba se tornando amargo, acre, cheio de formigas que passam a corroer por dentro, destruindo tudo que se tenta construir. E de tanto mel que lhe escore a boca sem ter a quem alimentar, só se sabe que dói, que lhe corrói a alma ter tanto e dispensar tão pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário