quinta-feira, 15 de julho de 2010

e só.

Parece até que o mundo parou. Parou sim. Só pra nos olhar, pra admirar esse momento. Uma perna entrelaçada na outra, um abraço apertado e algumas falas como trilha sonora, algumas falas que saem do lado de cá, outras do lado de lá. Vez ou outra um carro curioso cruza a rua, querendo nos roubar essa paz, a quietude, a amplidão, mas logo tudo volta a ser como antes... Brando, quieto, grande e confortável. Até os beijos são lentos e suaves, como se qualquer movimento brusco pudesse quebrar o encanto e desencadear um turbilhão de sensações terrenas que não essa paz. E é entre o acender e o apagar de um cigarro que o frio ousa nos tocar, suave, como tudo nesse momento, lembrando o quanto é melhor estar entrelaçado, sentir o cheiro, não o perfume, mas o cheiro mesmo, de pele, de poro, de gente. E o frio nos traz de volta a essa imensidão que sabemos que terminará com os lábios sentindo sede, com o corpo pedindo mais e o desejo vindo à tona, mas por enquanto que fique a paz, e o entrelaçado, e o cheiro, e a trilha sonora, e você, e eu, e só.

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