segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Rebenta

Acho que é essa lua cheia que faz ficar assim, que faz a maré dos pensamentos subir, e daí é rebenta seguida de rebenta. Vem um pensamento correndo atrás do outro, virando espuma e voltando pra onde veio como se já chegasse atrasado para partir. E pode ter certeza que se a superfície está nesse movimento alucinado, o fundo vive coisas inimagináveis... É engraçado pensar, por si só, mas é mais engraçado ainda pensar que tudo vai e volta tão rápido, que a idéia que vem, logo vai pra nunca mais voltar. Mas esse movimento que passou num piscar de olhos foi o mesmo que colocou a vida submersa de cabeça pra baixo e jogou um monte de coisa pra cima, ultrapassando os limites que antes pareciam rigidamente estabelecidos... A verdade é que o limite é sempre mais um punhado de areia, é um logo ali que em suma é só caminho para que as ondas cheguem mais longes e lambam os pés de quem passa por aquele lugar. Confesso que nesses dias de ressaca de pensamentos, onde eles já acordam desgrenhados e terminam o dia mais rebeldes ainda, me sinto tentado a... ih, passou.

sábado, 25 de agosto de 2012

Confetes e serpentinas

No fim, só quero te ver passar. Como num camarote de carnaval, mas sem sambar, sem cair na tua dança. Quero ver passar as máscaras, as cores, as fantasias e só ver passar. Sem descer na multidão, sem sequer pensar em deixar o som do carro me fazer arrepiar o mais ínfimo dos pelos. Quero poder sorrir quando sair da avenida, quero poder deixar a próxima música tocar e chegar a próxima festa, na qual não haja tanta coisa que não se pode ver. Talvez seja melhor chegar logo a quarta-feira de cinzas em que não há mais paixão para queimar, só há os sussuros das ruas cansadas e a possibilidade de como uma fênix um novo dia nascer. Quero ver raiar o sol após o feriado cristão mais pagão, após todas as incoerências serem levadas pelo vento que vem do mar. E assim que siga com teu carnaval, mas que eu não o siga. Que ao te ver passar eu consiga apenas ver, sem tocar, sem pensar, sem sentir, sem querer nem mesmo amaldiçoar. Que sua festa seja linda, que sua dança seja prazerosa e que um dia não precise mais de tantas alegorias, mas por enquanto que apenas siga. Vá... Vá porque preciso sentir que longe dos disfarces deste carnaval ainda é melhor ser enganado diversas vezes a viver tentando desmascarar meias verdades.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Madalena

É dessas coisas que a gente não sabe dizer que sente, nem sabemos como chega, só se nota repentinamente que veio, foi, passou, mas continua ali. Não que seja um sentimento extramamente real, é uma sensação, quase tátil, quase física, quase química, quase tudo, quase nada. É aquela parte que nos empurra para frente nos puxando para trás. É a mancha branca no canto branco da tela preta. Camuflagem ou mimetismo? Se esconde em nós ou nos imita, tanto faz. O fato é que quase sempre não percebemos que temos ali, dentro da nossa luz, uma pequena sombra que vezenquando se descuida e escurece o claro, mas logo se apressa para clarear o branco. É dessas coisas que nos chamam de loucos quando alegamos sentir, mas que sabemos que cedo ou tarde iremos ouvir alguém falar sobre essa contradição toda e iremos, como os outros, dizer apenas "que isso é loucura de gente que procura problema". Aquele que ama e que nunca se apaixonou pelo que não fazia sentido que atire a primeira pedra, sabendo que um dia também será apedrejado.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Rasante

Vez em quando penso que a liberdade prende, e talvez a prisão liberte. Acho constrangedor me achar sempre em meio a situações que esfregam em minha cara como sou preso a liberdade, liberdade de ir, vir, fazer, não fazer, querer, não querer, conseguir, não conseguir. Me espanta ainda como tudo que sinto é volátil, mas nunca fraco. São sempre sentimentos fortes, certezas, coisas únicas que não se consegue esconder, mas sempre dispostas a ir embora a qualquer momento. E segue assim, quando digo que quero, passo a não querer e quando digo que espero, meus pés se adiantam para caminhar. Não que eu não sinta nada, eu sinto muito, eu sinto tudo, e sinto forte e sinto rápido e sinto ir e sinto que passou. Não que eu não queria, não que não fosse verdade... é apenas que passa e depois repassa e volta e vai e vem. Tenho essa coisa em mim, de ser como passarinho, que migra no verão e volta no inverno, mas que não se permite permanecer no mesmo lugar.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Desapega!

Ando pensando sobre a dor e cada dia mais vejo sua intimidade com o apego. Parece que tudo que faz doer é aquilo a que nos apegamos e jamais deixamos ir embora. Nos apegamos a brigas, a farpas, a lágrimas, a partidas, despedidas e ficamos segurando isso tudo como se fossem essas coisas que nos fizessem quem somos. Acabamos por esquecer que a vida é rio, que devemos ir com ela, remando e direcionando, mas jamais passando tempo presos à margem, se não o barco vira. É engraçado como nos apegamos até ao amor, que, coitado, só quer ser livre e se doar, mas nos apegamos nele, seguramos firme e fazemos dele um cabo de guerra... Olhá aqui amor, o que eu te dou e você nem sequer me dá algo em troca pra eu me apegar. E vira conflito o que era paz, e acaba o encanto do que simplesmente ia e vinha como a água do mar. Sentimento é água, que vai, volta e ninguém segura, simplesmente segue. Já o apego é fogo, foge do controle, consome tudo à volta e faz o sentimento, que é água, ir parar bem longe ao evaporar. Desgraçado esse apego não é?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

daí...

Manias, o ser humano é cheio de manias... Mas a maior de todas deve ser a mania de querer ser alguém que não é. Feliz o doido que resolveu que gostava de ser como era. Isso não quer dizer que as pessoas não devam melhorar e blábláblá. É só que me incomoda essa ditadura 'do que vão achar', daí todo mundo tem que ficar pensando toda hora o que dizer, o que fazer, como fazer e acaba querendo ser o que não é. Aí você conhece alguém, namora, casa, pra no final... É...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Um coração para o homem de lata.

Quero acreditar em tudo isso de novo. Em música, em arte, destino e amor. Quero acreditar que fiz as escolhas certas e que estou no caminho certo, e que ainda há tempo para consertar os erros que cometi; e acho que quero esperança e eu quero você.
Eu queria poder mudar algumas das coisas sobre como eu agi nos dois últimos meses. Acho que estou decepcionada comigo mesma. Eu disse a mim que se amasse outro, eu iria aprender a lidar com isso porque eu queria que você fosse feliz, mas na verdade, eu só queria que nós fossemos felizes: eu e você.
O seu coração está se quebrando agora, sabe?
E eu me sinto péssima por você, e eu venho aqui, sento em silêncio - tá chovendo tanto lá fora e eu sinto frio aqui - e ouço os ecos de quem eu costumava ser, e eu desejo paciência... e graça... e força para deixá-lo ser feliz. E na maioria das vezes, eu peço para ter força, e não piorar a sua vida, por conta do que eu quero.
Essa é a parte mais difícil: deixar ir, sabe? E essa é a parte da graça que é realmente um saco.
Vai ficar tudo bem. Eu sei disso. É que alguns dias são meio confusos né?!

Faça um pedido e coloque em seu coração. O que você quiser. Tudo o que quiser. Você tem? Bom. Agora acredite que pode se tornar realidade. Nunca se sabe de onde o próximo milagre vai vir, o próximo sorriso, o próximo desejo tornado realidade.
Mas se você acreditar que está bem ali na esquina e abrir o seu coração e mente para essa possibilidade, para essa certeza, você acaba conseguindo aquilo que você deseja. O mundo é cheio de mágica; você apenas precisa acreditar nela.
Então faça o seu pedido. Você tem? Que bom.
Agora acredite com todo o seu coração.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

2.12.11

Um pouco de tudo isso aqui anda guardado, um pouco que gosta de falar e de mostrar. Ultimamente tem sido mais viver do que falar, menos teoria e mais pratica. Infurtavelmente quando guarda-se esse pouco, fica tudo em um silêncio agoniante no qual nem se sabe mesmo como começar a falar de novo. Pega o papel, escreve, risca e joga no lixo... Nada mais parece como antes, tudo mudou e o que ficou guardado empoeirou, quer falar, mas esqueceu o vocabulário, a voz ficou rouca. Um pouco de cada anda para um lado diferente, um pouco de cada vai continuar sempre junto, um pouco de tudo está guardado, mas jamais esquecido. E um pouco de mim falou novamente como se continuasse capaz de dizer o que quisesse.

ps: um pouco tinha esquecido a senha do blog