sexta-feira, 24 de setembro de 2010

peças

É esquisito como andam as coisas. Essa proximidade toda sem a intimidade completa. Confesso que talvez seja o que me seduz, o incompleto que funciona tão bem, talvez melhor do que uma peça inteira, intacta. As vezes acho que isso vem da curiosidade natural do ser humano, afinal quem quer brincar com quebra-cabeças montado? Não existe tesão em observar aquilo que simplesmente se mostra completo, só se enquadra o quebra-cabeças que temos dificuldade de montar. Mas vejo chegando a hora de encaixar mais algumas pecinhas, mas por favor, não vamos encaixar as margens. É, eu sei, é por onde costumam começar, por ser mais fácil, mas me entenda... Só não quero cometer os mesmo erros de sempre, limitar. O fato é que as vezes podemos criar novas peças sabe? Começando do meio a gente nunca precisa parar de montar, como se fosse um brinquedo mágico, desses que nunca acabam. Seria fantástico né? Ir criando cada dia novas imagens sem se preocupar em pôr um fim, sem se tornar vítima de números, ou objetivos, ou qualquer coisa que signifique obrigação. Se teriamos que tentar completá-lo todo dia? Obvio que não, meu bem... Veja, a magia da nossa brincadeira se encontra no inusitado, a gente vai criar o que tiver vontade e quando tiver vontade, assim, livre como se pode. O importante mesmo é continuar brincando enquanto houver vontade... Realmente, essa pecinha é daqui, acho que estamos montando algo bonito, mas ainda não consigo saber o que é... Você realmente acha que é isso? É, talvez seja, vamos descobrir mais tarde certo? Sim, vamos enquadra-lo no final e colocaremos na parede mais bonita da casa, aquela que guardam as fotos bonitas e todos os sentimentos que nos fazem sorrir. Sim... nosso quebra-cabeças vai nos fazer sorrir, é tudo uma questão de ter paciência para aos poucos ir encaixando as peças corretas. Sabe, nós iremos nos confundir as vezes e colocar uma peça ou outra no lugar errado, mas fique calmo. No final eu sei que vai ficar bonito. Como eu sei? Não vejo nada ruim vindo da gente, nem mesmo acho que possa ser vazia a hora de enquadrar o brinquedo e pendurar na parede. Talvez seja caro fazer isso mesmo, vai custar esforço e dedicação, mas preciso que entenda que eu nunca vou conseguir dormir sabendo que deixei a imagem pela metade vendo tantas peças para serem colocadas e tantas coisas bonitas para serem vividas, digo, desenhadas.

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