sexta-feira, 29 de junho de 2012

Madalena

É dessas coisas que a gente não sabe dizer que sente, nem sabemos como chega, só se nota repentinamente que veio, foi, passou, mas continua ali. Não que seja um sentimento extramamente real, é uma sensação, quase tátil, quase física, quase química, quase tudo, quase nada. É aquela parte que nos empurra para frente nos puxando para trás. É a mancha branca no canto branco da tela preta. Camuflagem ou mimetismo? Se esconde em nós ou nos imita, tanto faz. O fato é que quase sempre não percebemos que temos ali, dentro da nossa luz, uma pequena sombra que vezenquando se descuida e escurece o claro, mas logo se apressa para clarear o branco. É dessas coisas que nos chamam de loucos quando alegamos sentir, mas que sabemos que cedo ou tarde iremos ouvir alguém falar sobre essa contradição toda e iremos, como os outros, dizer apenas "que isso é loucura de gente que procura problema". Aquele que ama e que nunca se apaixonou pelo que não fazia sentido que atire a primeira pedra, sabendo que um dia também será apedrejado.

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