sexta-feira, 15 de junho de 2012

Desapega!

Ando pensando sobre a dor e cada dia mais vejo sua intimidade com o apego. Parece que tudo que faz doer é aquilo a que nos apegamos e jamais deixamos ir embora. Nos apegamos a brigas, a farpas, a lágrimas, a partidas, despedidas e ficamos segurando isso tudo como se fossem essas coisas que nos fizessem quem somos. Acabamos por esquecer que a vida é rio, que devemos ir com ela, remando e direcionando, mas jamais passando tempo presos à margem, se não o barco vira. É engraçado como nos apegamos até ao amor, que, coitado, só quer ser livre e se doar, mas nos apegamos nele, seguramos firme e fazemos dele um cabo de guerra... Olhá aqui amor, o que eu te dou e você nem sequer me dá algo em troca pra eu me apegar. E vira conflito o que era paz, e acaba o encanto do que simplesmente ia e vinha como a água do mar. Sentimento é água, que vai, volta e ninguém segura, simplesmente segue. Já o apego é fogo, foge do controle, consome tudo à volta e faz o sentimento, que é água, ir parar bem longe ao evaporar. Desgraçado esse apego não é?

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